segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Passeio por Yokohama - Festival Internacional

Ah Yokohama, sempre linda. Yokohama sempre me traz boas lembranças, principalmente Minato Mirai.




Estava tendo um festival em que o principal objetivo era arrecadar fundos em pró de alguma organização ou algum país carente. Achei impressionante o número de japoneses engajados por uma causa nobre, inclusive crianças.



E como se trata de um festival, não podia faltar comida, música e dança.



E por último, uma cena inusitada :-)

Foi um passeio bem gostoso. Sempre vale a pena visitar Yokohama!

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Japonês é tudo igual?

Sim, japonês é tudo igual.

Aqui no Japão essa frase faz muito sentido.  
Você pode ir para o centro de Tóquio ou para uma cidadezinha lá do interior, eles todos têm olhos puxadinhos, são mais ou menos da mesma estatura e têm cabelos lisos e pretos (alguns tingem para tentar ser um pouco diferente, mas aí, muitos resolvem pintar o cabelo da mesma cor e ficam todos iguais do mesmo jeito). 
No geral são magros, de classe média, fazem as mesmas coisas e têm pensamentos muito parecidos.São extremamente neuróticos em relação a privacidade, são muito sistemáticos e para eles tudo tem o seu jeito certo de fazer: como sentar, como comer, como cumprimentar, como andar.



Os mendigos, milionários e gordos são exceções e eles não sabem lidar muito bem com essas diferenças. Ser gordo ou pobre aqui é motivo de vergonha. Existem muitos casos de crianças gordas serem mal tratadas na escola e acho que existe um grande preconceito mesmo na fase adulta.
Eu li uma notícia dizendo que a maioria dos mendigos já foram pisoteados, chutados, ridicularizados.

Em São Paulo, se você anda pelas ruas de Moema, você vai encontrar gente bonita, cheirosa e bem vestida. Depois vai lá na estação Barra Funda para você ver....
No Brasil, tem gordo, magro, negro, branco, amarelo, vermelho, louro, moreno, ruivo, castanho, alto, baixo, liso, enrolado, encaracolado, rico, pobre, milionário, miserável...

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Como é trabalhar no Japão

Trabalhar na Japão é algo bem diferente. Ainda mais numa empresa grande como a que estou trabalhando.

Pegar o elevador 
O meu primeiro desafio foi aprender a pegar o elevador. 
Quando chego na empresa, tem uma fila gigantesca até o elevador. Então, geralmente vou de escada, aproveito e faço um exercício.
A primeira vez que eu tentei pegar o elevador, peguei o primeiro que vi. Fui parar no 14o e eu trabalho no 7o. andar. Depois descobri que alguns elevadores vão do 14o. até o 20o. andar, outros  do 1o. até 13o. 
A segunda vez, achei que eu já tinha aprendido e peguei no corredor onde os elevadores vão do 1o. ao 13o. Errei de novo. Fui parar no 13o. No horário de pico, só alguns elevadores param no 7o. Acho que fui aprender a pegar o elevador só depois de 1 mês de empresa.

Refeitório da empresa
Outro grande desafio é entender o funcionamento do refeitório.
São duas partes, uma a la carte, que tem udon, domburi, karê. E o outro é buffet. Eu sempre vou no buffet para pegar bastante salada. 
O buffet funciona da seguinte forma: eu posso pegar um prato principal, arroz, misoshiru, uma sobremesa, um prato preto de salada ou dois brancos. Ufa. 
Eu sempre pegava o prato preto e um branco e aí vinha uma senhorinha tomar o prato de mim. Ela deve pensar: lá vem a estrangeira de novo tentando burlar o sistema.

Meu primeiro mês
As primeiras semanas foram só para me registrar em contas da empresa. É conta para acessar o site do RH, conta para acessar a página do grupo, cadastrar em mail-list, e... conta na vpn. 
Essa conta me deu trabalho. Eu tinha que mandar um e-mail seguindo um template. Sempre errava alguma coisa e cada vez que eu errava, era uns 3 dias para o meu chefe aprovar a requisição e 1 dia para eles me mandarem uma resposta. Fiquei bem estressada por causa de uma porcaria de uma conta. Eu tinha que ficar pedindo todos os dias para um cara que trabalha comigo logar para mim.
Outra atividade divertida são os relatórios. Eu tenho que ficar mandando um e-mail para uma lista com um relatório das atividades do dia. Sim, todos os dias, todo mundo mandando milhares de e-mails. Além disso, tenho que fazer um relatório semanal que ninguém nunca lê.
E depois de um mês de empresa... fiz meu primeiro commit.

Os japoneses adoram usar excel. 
Quando estava procurando emprego, uma das empresas me pediu para fazer meu cv em japonês e me mandaram um template em excel. Achei estranho, é bem mais fácil usar um editor de texto para isso.
Chegando aqui, quase toda documentação está em excel.

Comportamento dos japas
1. Japa não questiona, segue regras: Eu não vejo utilidade em mandar e-mail para a grupo inteiro (deve ter mais de 50 pessoas) com relatório diário, sendo que ninguém lê, mas japa não questiona, segue regras. Acho que eles têm medo de não seguir e acharem que são preguiçosos e serem mal vistos.
As vezes eu termino o meu trabalho antes do cronograma, mas eles não adiantam o que está no planejamento. Eu que é tenho que procurar outras coisas para fazer para passar o tempo.

2. Não conversam de outra coisa que não seja trabalho e muitos gostam de almoçar sozinhos. Ficam no celular enquanto comem.

3. Pedem licença ou desculpas para ir embora
4. Um dia eu vi uma menina entrar com o notebook aberto no banheiro da empresa! Será que eu sou estranha por achar isso estranho?

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Hanabi

No Brasil, toda virada de ano tem fogos de artifício. No Japão são todos os finais de semana do verão, ou quase todos.

As pessoas vestem suas yukatas (espécie de kimono para o verão), se aglomeram e sentam no chão mesmo.


Todo final de semana é em algum lugar diferente. Já vi uns muito bonitos, mas este que fui em Tóquio não era um dos maiores. Mas foi bom para o maridão conhecer.




Na volta, vamos todos de metrô.

No Japão é muito comum ver as pessoas vestidas de yukata no metrô. Eu particularmente acho um charme.

Passeio por Odaiba

Odaiba é uma ilha artificial, com várias atrações, como Lego Land, Madame Tussaud, vários shoppings, restaurantes.

No dia que eu fui dar uma volta por lá, ia ter uma corrida. Foi bem engraçado ver o povo se preparando, se fantasiando.









A próxima vez que eu participar de uma corrida em equipe, quero ir fantasiada!

Andando mais um pouco, eis que encontro com esse robozinho. Repare no tamanho do homem ao lado


Num dia de calor, nada melhor que uma praia e kakigori (raspadinha).



Ei ei! Todos com roupa? Que povo estranho...

sábado, 20 de setembro de 2014

Lanche preto

Dia 19/09/2014 o Burguer King lançou o lanche preto. Fui lá conferir.

Vem embrulhado num papel preto e a coca acompanha porque é preto.


Pão preto e queijo preto. Pelo menos o tomate e o alface não eram pretos.

Deu a impressão de estar comendo algo queimado, mas o gosto era bom.

Escalando o Monte Fuji

Esta é a minha segunda vez, a primeira foi há 8 anos atrás e não me lembro dos detalhes, só me lembrava que foi muito difícil.

Temporada para escalar
Verão. 
Este ano vai ser de de 1 julho até 14 de setembro.


O que levar? O que fizemos de certo e de errado

  • Lanterna com muuuitas trocas de pilhas. Não gastamos nem uma troca porque a lanterna era bem econômica. Uma das poucas lembranças que eu tinha da primeira subida era que as pilhas tinham acabado no meio do caminho. Lanterna é essencial, só exageramos na quantidade de pilhas.
  • Água: 1 litro foi o suficiente. Mas eu levaria uma garrafa térmica com uma bebida quente, um chá ou um chocolate quente. Gastamos muitas moedinhas comprando kokoa (chocolate quente).
  • Para comer, levamos 6 onigiris, o maridão até comeu alguns. Eu não senti fome nenhuma. Acho melhor uns chocolatinhos ou umas frutas, vai descer mais fácil.
  • Jantamos no 5th step (O trecho é dividido em 9 marcações, começamos já na 5a.). Foi o suficiente para não ficar com fome o trajeto inteiro.
  • Moedas de 100 yens. Quando eu fui, cobravam 100 para ir no banheiro, hoje está 200.
  • Um dinheiro extra para descansar na casinha caso as forças das pernas acabarem. Um dormidinha custa de 3 a 5k yens.
  • Roupa para frio. Lembrava que era frio lá em cima, mas os japas falaram que fazia uns 10 graus. Quase que levo só um moletonzinho, mas na última hora peguei meu casaco de neve. O negócio não é frio, é muuuuuito frio. Os termômetros marcavam perto de 0. Passei muito frio nas pernas. Achei que seria um exagero levar minha calça de neve. Arrependi a cada passada de não ter colocado a calça na minha mochila.
  • Protetor solar e boné. Importantíssimo, porque na volta o sol fica há 10 cm das nossas cabeças. Queima muito.
  • Protetor labial. Desta vez não levei, mas é um item obrigatório também. O frio é de rachar os lábios.
  • O stick, vendido por 1000 nas lojinhas do 5th. Para mim é essencial. Principalmente quando você não tem mais força nos pés. O braço ajuda.
  • Óculos escuros ajudam a evitar que areia entre nos seus olhos.


Rotas
Eles cobram 1000 yens para entrar.
Existem 3 entradas por Shizuoka e 1 por Yamanashi, que foi a que escolhemos. É a mais popular e é do lado onde o sol nasce. É possível ver o nascer do sol mesmo não chegando no topo a tempo.
É pela região dos lagos. A paisagem deve ser bonita. Eu não vi nada, estava muito nublado.

Entrada por Yamanashi - Yoshida iriguchi
Pegamos um ônibus em Shinjuku. Sair pela nichi guchi, e em frente a loja yodobashi tem um guiche da empresa Keio.
Tempo de viagem : 2:30

Subida
Saímos as 16:30 e chegamos perto das 19 :00.
Comemos um kare e as 19:40 começamos a andar.
O primeiro trecho é uma descida. Depois de uns 500 m começa a subida e não acaba nunca mais por umas 7 ou 8 horas. Não haverá nenhum trecho de plano, vai ser subida, subida, subida.
No começo parece fácil, mas a sua velocidade vai diminuindo conforme você vai subindo e se cansando e a inclinação vai aumentando. Suas paradas vão ficando cada vez mais frequentes. Você quer ficar mais, mas ao mesmo tempo você não pode deixar o corpo esfriar, senão o frio fica muito intenso. Fizemos essa besteira uma vez e passamos muito frio.
Até o 8th step, as só pioram. Depois dá uma pequena suavizada. Você não vai mais precisar usar as mãos para subir as pedras.
Depois do 9th step,quando você já está na exaustão, as coisas continuam ruim.
Finalmente, o topo! É uma alegria imensa. Depois de toda a dificuldade, do frio, do cansaço, da falta de forças nas pernas, você pensa: eu consegui!

Hora de comer um lamen quente. Não sei porque mas a comida não desce! Ninguém do grupo conseguia comer.
Mais umas fotinhos e um tempinho de descanso e lá vamos nós descer tuuuudo o que subimos.
Nascer do sol visto do Monte Fuji


Descida
Para descer todo santo ajuda, não?
Começamos a descer 7:30 e chgeamos umas 11:30. É incrível, mas suas pernas vão conseguir. Você trabalha diferentes músculos para descer. O seu joelho vai gritar muito e você vai inventando várias técnicas, andar em zigue zague, andar de costas, e no final comecei a correr subindo bem o joelho. Foi o que deu mais certo para mim. 
Depois de chegar, você vai achar que nunca mais vai conseguir correr na sua vida. Mas o que aconteceu foi que não conseguia subir e nem descer escadas no primeiro dia. Mas por incrível que pareça, no dia seguinte ele já vai estar 100%.

Informações sobre as rotas e horários de ônibus e trem em: http://www.japan-guide.com/e/e6901.html

Registro do endereço na prefeitura e celular: kit de sobrevivência no Japão

Aqui você não é nada sem um número de telefone e um endereço registrado na prefeitura. Então, quando chegar aqui, providencie o mais rápido possível para se sentir parte da sociedade.

Quando cheguei aqui, fiquei num apartamento alugado por 1 mês. Era só para ter um lugar para ficar até achar um apartamento.
Eu tinha lido na página do consulado para registrar o endereço assim que chegasse no Japão, mas por ser provisório uma moradia, achei não precisaria. Esse foi meu maior erro.

O que implica não ter um registro na prefeitura?

Comprar um celular
No Brasil, você vai no shopping, escolhe um celular, paga e leva para casa. Aqui as coisas são um pouco diferente. Se você quiser pré-pago, é só com internet. Se você quiser um número de telefone, aí começa a novela.
A primeira vez que fui a uma loja, procurei por um SIM chip. Só a docomo trabalha com isso. Bom, vamos lá na docomo. Primeira coisa, você precisa de um visto de prazo maior que o do contrato (que é de 2 anos) e de um cartão de crédito internacional ou uma conta bancária. Beleza, parece que atendo os requisitos. Chegando lá, a mulher pediu meu zairyu (resident card) e viu que eu não tinha o endereço registrado na prefeitura ainda.
Para ter um endereço na prefeitura, eu estava esperando alugar um apartamento. Mas para alugar um apartamento, um dos requisitos é ter um número de telefone.

Fazer um depósito
O cara da imobiliária foi muito gente boa e deixou alugar o apartamento sem o registro, mas porque eu tinha a empresa como fiadora. Em casos normais, acho que eles não deixariam.
Bom, para alugar, precisei fazer um depósito para imobiliária. E quem disse que conseguimos? Para fazer um depósito você precisa de um número de telefone e o registro na prefeitura.

No final, consegui pagar em cash, e...consegui alugar o apartamento!! Saindo da imobiliária, fui correndo registrar o endereço na prefeitura e no caminho, comprei um celular. Pronto, me senti gente novamente.

Eficiência japonesa


Os japoneses têm a fama de serem muito eficientes. Sim, para algumas coisas eles são mesmo. Vou contar um pouco da experiência que tive.

Zairyu (Resident Card)
Ao apresentar o passaporte com visto de longa permanência na imigração no aeroporto de Narita, eles já emitem o cartão. Simples assim. E viva a eficiência japonesa. 

Cancelar um contrato de aluguel
É só avisar com 3 meses de antecedência, sem multa nem nada.

Conta de restaurante
Ao invés de ficar procurando um garçom para pedir a conta, a conta já vem junto com a sua comida. Se você pede outra coisa, eles trazem outro papelzinho com o total. Assim, a hora que você quiser ir embora, você pega os papeizinhos e leva no caixa. É quase o mesmo esquema da comanda, só que você vai vendo o total da conta a cada pedido.

Entrega a qualquer hora do dia: 
Uma vez o maridão comprou um produto e tinha que pagar a taxa de importação no momento da entrega. Eu não estava no hotel quando foram entregar e eles não deixaram o pacote porque não tinha o dinheiro da taxa. 
Cheguei no hotel umas 18h e liguei para lá para reagendar a entrega. Imaginei que a entrega só poderia ser efetuado no dia seguinte. Para a minha surpresa, tinha a opção de agendar para aquele mesmo dia. Agendei para entregar entre 20h e 21h. As 20:30 eles chegaram com a encomenda e ainda tinham até troco para o dinheiro que eu dei da taxa de importação.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Lei anti-fumo no Japão

Como tudo no Japão é o contrário, no Japão as pessoas são proibidas de fumar nas ruas mas podem em lugares fechados como restaurantes e bares (izakayas).
Proíbido fumar na rua
Fumaça nos restaurantes e bares
Alguns lugares mais movimentados, como na estação de Shibuya, tem uns fumódromos. Não tem coisa mais deprimente ver aquele pessoal, cada um no seu mundo, sem trocar uma palavra com o outro, no meio daquela fumaça.
Fumódromo
Aliás, outra característica oposta: no Brasil, as pessoas chamam os colegas fumantes para fazer fumaça juntos. No Brasil, fumar é fazer um social.

Para não dizer que tudo no Brasil é pior, é muito bom poder sair sem o cheiro de fumaça dos bares e restaurantes. Tomara que um dia essa lei pegue no Japão também.

Por que mudar de país?

Faz muito tempo que tenho me sentido insatisfeita com o Brasil. Para falar a verdade, estou bem cansada da Dilma e não tenho esperanças de que o país mude.
Tenho muita vontade de morar num lugar mais civilizado cada vez que eu ligo a falta de justiça no Brasil. A pessoa rouba e mata e ainda o consideram coitadinha. O Brasil é o pai bonzinho que deixa o filho fazer tudo.
O que me irrita muito também é o péssimo atendimento em geral. Rezo para nunca precisar de um pedreiro ou não ter nenhum problema com a Tim. 
Preciso anotar tudo que me irrita no Brasil para que o tempo não distorça a realidade e faça com que eu lembre apenas das coisas boas.
Só para não esquecer: na última semana no Brasil, um moleque começou a bater a janela do carro para que eu abrisse e desse dinheiro.
Mas, por outra lado, o Brasil é o lugar que temos nossa família, nossos amigos, nossa vida estabilizada, a nossa rotina. (Aliás, sou uma pessoa que adora rotina e tem pavor de mudanças.)

No começo não tinha certeza do país que eu queria viver. 
Queria muito conhecer a Austrália. É um país tropical, não tem a rigidez da Europa em relação aos imigrantes, além disso, é um país que incentiva à imigração.
O Japão é um país que eu gosto muito, já estive 4 vezes e em das vezes, fiquei por um ano. Mas não tinha certeza se era o país para mim. É um país extremamente fechado, muitas vezes acho o povo meio estranho e com desastres naturais constante.

Mas o meu marido foi para o Japão estudar a língua e se apaixonou. Desfizemos de tudo no Brasil, casa, carro, emprego, nossas presentes de casamentos novinhos e alguns nem foram tirados da caixa, as minhas coisinhas (que eu tinha um apego muito grande) e viemos com 2 malas cada um. Nossa vida se resumiu em 2 malas.

E cada dia que chegava mais perto da data de embarque, meu pavor crescia!