domingo, 11 de setembro de 2016

Paris


Por causa do feriado prolongado, o Obon (10/08 até 16/08) resolvemos fazer uma viagem para Europa.
Como escrevo para falar sobre o Japão, resolvi aproveitar a viagem para falar mais das diferenças que eu notei entre esses países, começando por Paris.

Comunicação

Dizem que os franceses não vão te receber bem se você começar uma conversa falando inglês. Bom, eu estudei francês 2 anos mas já esqueci quase tudo. Consigo fazer um pedido no restaurante ou perguntar algumas coisinhas básicas. Acho que fui não mal atendida por não falar a língua direito.
 A verdade é, a maioria dos franceses falam inglês, mas eles usam somente se for necessário ou estiverem de bom humor.

No Japão, segundo relatos, se você chega falando inglês, muitos não sabem ou muitos têm vergonha de falar ou não tem auto-confiança e preferem fugir.
O problema é quando você encontra um que acha que fala e começa a falar inglês com aquele sotaque incompreensível.
Eu particularmente odeio quando eles falam em inglês comigo. Quando percebem que eu sou estrangeira, alguns querem aproveitar a chance e falar em inglês. Simplesmente não entendo nada!


Serviço

Os franceses são muuuuito devagar. Você não pode estar com pressa quando for a um restaurante. Para mim que não moro lá e estou só a passeio é até bom. É um jeito de acalmar um pouco e curtir o restaurante in slow pace:

  • Você chega no restaurante, senta e espera espera. 
  • O garçom vai ter trazer água e pão enquanto você escolhe o que vai comer. 
  • Depois que decidiu, espera espera e fica acenando para ver se alguém te vê. 
  • Você faz o pedido e espera espera espera. A hora que você acha que eles esqueceram de anotar o seu pedido, eles trazem a sua comida. 
  • Você quer pedir a conta e chama um garçom que está limpando a mesa do lado. E ele: você pode esperar um pouco? Aí você se conforma que eles vão trazer a conta a hora que eles quiserem e não a hora que você quer.

Sempre tem poucas pessoas servindo. Se for um restaurante pequeno (para uns 10 clientes mais ou menos) o dono faz tudo, é garçom, caixa. Se for um médio (para uns 30 clientes) vai ter o dono e um garçom.
O jeito de ser do francês é um pouco diferente do que estamos acostumados. Eles não são de sorrir muito.  Eles vão fazer o serviço deles, mas poucas foram as vezes que alguém parou para conversar.

No Japão, o serviço é muito bom e muito eficiente:

  • Você chega senta e já lhe trazem água e um lenço umedecido para limpar as mãos.  
  • Geralmente tem uma campainha na mesa para chamar o garçom, ou você grita "sumimasen" e eles vão chegar na hora
  • Você faz o pedido e em poucos minutos sua comida já está na mesa junto com a conta. Caso você queira pedir algo mais, eles vão trazer a conta atualizada junto com o segundo pedido.
  • Vai no caixa e paga.
São raras as vezes que o garçom te deixa esperando. Eles geralmente estão prontos para te servir. Sempre sorrindo e tentando te atender da melhor forma possível.

Leia sobre omotenashi: http://www.japaoemfoco.com/omotenashi-o-espirito-da-hospitalidade-japonesa/

Pôr do sol em Paris

No Japão existe uma certa diferença no horário do pôr do sol entre o inverno e verão, entre 17:00-19:00. 
Em Paris, o pôr do sol é entre 17:00-22:00. Mas como Agosto é verão em Paris, simplesmente não vimos a noite parisiense. Por causa da diferença de fuso, estávamos cansados e íamos para o hotel por volta das 21;30 e nada de escurecer.

Foto tirada as 21:30 em Paris

Pets

Dos poucos dias que estive na cidade, deu para notas que eles são mais pet-friendly do que em Tóquio. Pelo menos se vê um pouco mais de liberdade nos animais. Nos parques em Tóquio é obrigatório uso de coleira e para transportar os pets no trem, eles precisam estar na sacolinha ou caixa de transporte. Dependendo do tamanho, nem é permitido.
Cachorrinho sem coleira andando pelo parque em Paris

Cachorros podem andar de trem

Síndrome de Paris

"Os japoneses, muitas vezes imaginam Paris como uma terra de sonhos, uma terra de beleza, cultura e romance. No entanto, eles logo descobrem pelo contrário, quando eles visitam Paris pela primeira vez. Eles encontrá-lo para ser um lugar muito regular, as instalações são desorganizados, muitas áreas são impuros, e vida caracterizada pelo ruído, não como o que estava em sua imaginação."
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_de_Paris

Quem acha que Paris é uma cidade perfeita vai se decepcionar. Não é tão raro vem mendigos na rua, lixo jogado no chão, muros e trens pichados.

Trens pichados

Mendigo na rua de Paris
Muro pichado em frente ao Notre Dame


No Japão é possível encontrar alguns mendigos, dependendo do bairro. Muros ou trens pichados jamais e lixo na rua é uma raridade.

Paris é uma cidade incrível que vale a pena ser visitada, apesar de não ser perfeita. Ótima comida, muitos lugares históricos, inúmeros pontos turísticos. É uma cidade cara mas que vale a pena só pelos vinhos e  croissant.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Phuket (Tailândia)

Uma das vantagens de se morar no Japão é poder viajar pelos países exóticos que tem aqui por perto.

Desta vez o destino foi Tailândia, mais especificamente Phuket. Um lugar famoso pelas lindas praias e ilhas magníficas.

No avião

Saímos do aeroporto de Haneda e fomos para Phuket com escala em Bangkok. Nossa aventura já começou no avião. Algumas aeromoças vestidas com roupas típicas e cumprimentando com as mãos na altura do peito.

Não sei se é porque estou acostumada com o jeito dos japoneses, mas achei os tailandeses meio brutos. O jeito de falar, o jeito que entregavam a comida. Uma aeromoça colocou uma manteiga a mais na minha bandeja e ela simplesmente pôs a mão para retirar a manteiga enquanto eu estava comendo. Levei até um susto.

Aeroporto

Chegamos em Bangkok!


Comecei a achar interessante os gostos deles. Muitas flores, muitas cores que para o meus paladares chegava a ser brega.

Bom, precisamos passar pela imigração para seguir viagem para Phuket. Primeiro saíram colando umas etiquetas no nosso peito (do jeito bruto deles).
Depois, na hora de conferir os nossos passaportes, o cara simplesmente falou para a gente seguir ele sem falar nada (e só com a gente).
Levaram para os coladores de etiquetas e eles falaram que precisávamos passar pelo Health control por causa do passaporte brasileiro. Nunca tinha visto isso. O motivo é, brasileiros são obrigados a passar pelo Health control por ser uma área de febre amarela. Resumindo, passar pelo Health control é preencher um formulário dizendo que você não teve febre, tosse, dor de cabeça nas últimas semanas.

Pronto, conseguimos o carimbo. Depois o agente que tinha visto os nossos passaportes antes nos tratou super bem, fez brincadeirinhas, disse que tínhamos que ficar mais. Os tailandeses são bem peculiares.

Chegando em Phuket, pagamos um táxi para ir até a casa de uma amiga. Eles começaram a discutir entre eles, dar tapinhas um no outro. Já estava imaginando a cena, os dois começam a lutar muai-thai e se jogam no chão e lutam até a morte.

Dava para perceber que o cara não sabia onde era o local que ele teria que nos levar. Depois de horas e horas no táxis, o cara dirigindo feito louco, já comecei a ficar com medo. Parece que todos os taxistas são meio loucos por lá. Confesso que me deu muito medo, mas depois que eu vi o nome do hotel que era em frente a casa da amiga, me deu um super alívio.

Surin Beach

Chegamos e já estávamos super empolgados para ir à praia.

Antes disso paramos num restaurante bem pitoresco em Patong.


Paisagem linda, comida deliciosa e barata. Tudo perfeito!

Depois disso, fomos para Surin Beach. Uma praia com pouquíssimos turistas, quase deserta. Tentamos fugir dos lugares muvucados, eu pelo menos estava com a intenção de curtir, relaxar, descansar. Obrigatório: massagem na praia! Massagem na praia, escutando o som das ondas, na sombrinha foi simplesmente maravilhoso.



Banana Beach

No dia seguinte fomos a um lugar que tem uns pescadores e conseguimos um barquinho para ir a uma ilha por uma bagatela de 450 bahts (1350 yens) para 4 pessoas.

Chegando na ilha, não teve como não resistir a comida de lá. Passamos a tarde comendo vendo aquelas águas cristalinas.



E na volta, o senhorzinho que nos trouxe até a ilha não conseguiu ligar o motor e ficamos esperando até quase anoitecer. Depois veio um amigo dele nos resgatar. Foi divertido!





domingo, 20 de março de 2016

Casamento japonês


Convite

Primeiramente recebemos um convite informal pelo Line, uns 2 meses antes da data do casamento. Um colega nosso falou que ia se casar e perguntou se queríamos participar. Como eu e meu marido adoramos festa de casamento aceitamos na hora! Ainda mais um casamento no Japão.

Mais ou menos 20 dias antes do casamento, recebemos o convite pelo correio.




Confirmação de presença

Junto com o convite, estava um hagaki (cartão postal), com selo e tudo para confirmar presença ou dizer que não poderá ir.

Festas

Os japoneses fazem 3 festas para celebrar o casamento:
1. A cerimônia
2. Almoço (hirouen)
3. Jantar/bebedeira (nijikai)

A cerimônia

A cerimônia ocorreu num templo bem tradicional de Tóquio, o Meiji Jingo. Fica numa área bem central, ao lado do Yoyogi parque e Harajuku.
O noivo e a noiva se vestem de kimono, apenas os parentes e amigos mais chegados participam.

O almoço

Ocorreu no Meiji jingo, no Bunka kan.

Na recepção, os amigos dos noivos ficam responsáveis por receber o envelope com dinheiro e as lembrancinhas caso os convidados queiram dar.

Shuugi (祝儀 )
No Japão, os convidados dão dinheiro para os noivos como forma de contribuição para os custos da festa.
O dinheiro deve ser colocado em envelopes específicos. São envelopes coloridos que podem ser encontrados em qualquer papelaria e 100 shops.

O valor da contribuição já é pré-estabelecido. Faz parte das boas maneiras seguir esse padrão de valores. Os amigos mais próximos e parentes pagam mais. Essa contribuição acaba pagando mais ou menos  a metade dos gastos dos noivos ou pais dos noivos. Eu achei um absurdo de caro (Veja os valores na tabela abaixo). No Brasil, os noivos pagam as festas e é isso.

Ao pagar a "entrada da festa", recebemos um folder com os lugares reservados para cada convidado. Aqui não podemos escolher com queremos sentar.


Chegando na mesa, tinha um cartão escrito a mão para cada um dos convidados.


Semelhante ao casamento no Brasil, os noivos chegam depois no salão de festas. Uma coisa que me chamou atenção é o fato do noivo entrar na frente. No Brasil os noivos entram juntos.


No Brasil, depois dos noivos, os pais são os destaques da festa. No Japão, são os chefes das empresas que os noivos trabalham. Os discursos foram feitos pelos chefes das empresas. Foi um choque para mim. Eles tanta importância para o trabalho assim?

Igual no Brasil, teve o corte do bolo. Só senti falta dos bonequinhos dos noivos no topo do bolo.

A comida é servida em pequenas porções. Estava tudo uma delícia.





Como lembrancinha da festa, ganhos uma sacola cheia de doces e bolos.

O jantar

Já saí bêbada do almoço e já fomos direto para o nijikai, a segunda parte da festa.
Aqui também temos que pagar para participar. Foram 8000 yens para os homens e 7000 para mulheres.
O curioso é que os pais não comparecem, apenas os amigos. É uma reunião de amigos.
Havia um buffet e bebida a vontade. Mas já tinha comido e bebido o suficiente no almoço. Quase nem toquei na comida e não bebi nada.
Ao invés de música e dança, o pessoal faz joguinhos com os participantes. Brincadeiras bem infantis para ser sincera.

E essa foi minha primeira experiência em participar de um casamento no Japão.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Trazer animais para o Japão

Todo mundo fica surpreso quando eu digo que trouxe meus pets do Brasil.
O Bolt, meu yorkshire terrier de 3kg e a Léia, uma gatinha vira-lata gorducha de 4-5kg vivem no Japão há mais de 1 ano mas ainda não entendem nada de japonês :-(

O Japão é um dos países mais exigente em relação a transporte de animais. O processo é difícil, demorado e caro.

Os passos são o seguinte:
a. Colocar um microchip no animal;
b. Após 91 dias de idade, o  animal deve ter sido vacinado duas vezes contra a raiva, no intervalo superior a 30 dias;
c. Comprovação de presença suficiente de anticorpos;
d. Período de espera de 180 dias

Parece fácil? Vamos então aos detalhes

a. Colocar um microchip no animal:
Em São Paulo, cidade onde morava, muitos veterinários fazem isso. O microchip é do tamanho de um grão de arroz e eles colocam na nuca do cachorro em 1 minutinho.

b. Após 91 dias de idade, o  animal deve ter sido vacinado duas vezes contra a raiva, no intervalo superior a 30 dias
d. Período de espera de 180 dias
2 vacinas ok, not a big deal. Esperar 6 meses foi osso. No meu caso foi bem complicado. Estava planejando vim para o Japão em Julho de 2014. Começamos a ver o processo de transportar os animais em Abril de 2014. Eles já tinha tomado uma vacina contra a raiva, ele tinha que tomar mais uma e esperar 6 meses.

c. Comprovação de presença suficiente de anticorpos;
Bom, chegou a parte difícil da história. Existe uma "observação" nas instruções do site do consulado japonês:

"Observação: A coleta de amostra do sangue é realizada em São Paulo, mas a sua análise deve ser feita em um dos laboratórios credenciados pelo Ministro da Agricultura, Silvicultura e Pesca localizados no Japão, Europa e Estados Unidos."

Você tem que mandar o sangue coletado para algum laboratório do Japão, Europa ou Estados Unidos.

Vimos que esse negócio ia ser muito complicados para fazermos por conta própria e contratamos um veterinário para tomar conta de tudo. Ele colocou o chip, deu as vacinas, mandou o sangue para os Estados Unidos, mandou os documentos para o aeroporto de Haneda, ajudou a escolher a caixa de transporte, foi ao aeroporto e ajudou a colocar água e comida para os meus filhotes.

Escolhemos a companhia aérea Luftansa por causa dos bichos. Eles têm veterinários que dão uma olhadinha nos bichos durante a conexão.

Foi necessário reservar o transporte de animais com alguns meses de antecedência. Existe um limite de animais que podem ser transportados por vôo e difere de companhia aérea para companhia aérea.

Também decidimos não levá-los na cabine. Os dois são pequenos e poderiam ir no espaço da poltrana da frente. Até 10kg é permitido.  Poder olhar para os bichinhos durante toda a viagem para ver se eles estão bem seria mais tranquilo para a gente, mas não seria nada agradável para os demais passageiros. O Bolt iria quietinho, mas a Léia ia miar a viagem toda. Além disso, o espaço é muito pequeno mesmo para os animais pequenos como os meus. Aos serem despachados, eles teriam um bom espaço e ficariam mais confortáveis.

Com o resultado dos exames na mão e o approval do aeroporto, os bichinhos foram despachados. Ai que dor no coração!!!

No aeroporto de Haneda, fizeram uma inspeção rápida e como eles estavam bem, foram liberados rapidinho.

No final, eles chegaram todos sujos de xixi, cocô e ração no pêlo. Deu muita dó ao vê-los assim.
Depois de um banho, nossa, eles estavam com tanta energia e tão felizes que nem pareciam ter viajado por 30 horas.


Referência: http://www.sp.br.emb-japan.go.jp/pt/visitando/pet.htm


domingo, 7 de fevereiro de 2016

Perigo de ter um vizinho louco, a Coréia do Norte

"A Coreia do Norte realizou o lançamento de um míssil às 9h31 do dia 7. O projétil foi disparado em sentido sul, com possibilidade de sobrevoar Okinawa.http://silviakikuchi.jp/coreia-do-norte-dispara-o-missil

Hoje o nosso querido vizinho doido quis brincar de fazer testes com mísseis. Esse vizinho me dá medo, ele é completamente louco e sem noção. Acha que o mundo é um vídeo game e pode sair matando todo mundo.

Tem até um filme muito tosco, A Entrevista, que fala sobre esse líder maluco da Coreia do Norte.



Já ouvi umas histórias contada por japonese sobre gente que desapareceu do nada. Eles acreditam que uns norte-coreanos chegam para raptar os japoneses e manterem aprisionados. Aproveitei para dar uma rápida pesquisada sobre o assunto e tem até um página no wikipedia sobre isso: https://en.wikipedia.org/wiki/North_Korean_abductions_of_Japanese_citizens

Meu maior medo é se de repente começar uma guerra por esses lados. :-(


2 terremotos na semana

Este mês (ainda é dia 7) já sentimos 2 terremotos por aqui em Tóquio. Um na quinta e outro no sábado.


Ano passado teve um bem forte, eu estava dentro do trem e parou tudo. Um trecho que levaria 30 minutos, fizemos em 2 horas.

Eu tento não me preocupar com isso, já que tem uma lenda que diz que em Tóquio nunca acontece nada, que talvez o Gundam proteja a cidade hahahah.

Apesar dos prédios estarem preparados, preciso confessar que sempre fica um certo sentimento de desconforto.

Aqui no Japão é muito comum ter terremoto. Deve ter mais ou menos 1 vez por mês.

O primeiro terremoto é o mais complicado. Eu não sabia como reagir. Estava no escritório, trabalhando e começou a balançar. Meu coração disparou de medo. Olhei em volta e todo mundo agindo como se nada tivesse acontecido. Meu chefe estava conversando com um co-worker meu e ele nem parou de falar durante o tremor. Para eles é muito normal. E eu jã estava me preparando para me esconder debaixo da mesa.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Passeio por Yokohama - Festival Internacional

Ah Yokohama, sempre linda. Yokohama sempre me traz boas lembranças, principalmente Minato Mirai.




Estava tendo um festival em que o principal objetivo era arrecadar fundos em pró de alguma organização ou algum país carente. Achei impressionante o número de japoneses engajados por uma causa nobre, inclusive crianças.



E como se trata de um festival, não podia faltar comida, música e dança.



E por último, uma cena inusitada :-)

Foi um passeio bem gostoso. Sempre vale a pena visitar Yokohama!